p-estrangeiro a 23 de Janeiro de 2009 às 20:21
Não é fácil, muito menos mudar-se de vida e perceber-se a certo ponto que nem foi para melhor. Mas tudo vai melhorar rapaz e mais dia menos dia tás a construir barcos ou a fazer outra coisa qualquer longe da verdadeira merda!
PS: No meu estágio de curso tive uma semana a trabalhar numa etar, foi uma dieta e peras, não conseguia comer nada, a partir dai os homens que lá trabalham passaram a ser um pouco heróis...
Mário a 23 de Janeiro de 2009 às 20:39
Obrigado man :)
Mas eu nem me importo de trabalhar na merda, merda mesmo é não trabalhar lol
Jo a 23 de Janeiro de 2009 às 21:55
e admiro-te e tu sabes :)
Mário a 25 de Janeiro de 2009 às 20:36
Obrigado amori. Também te admiro muito :)
drink a 23 de Janeiro de 2009 às 22:51
És um senhor pá!
Olhe não me insulte aqui tá? Fui querida a comentar!
Mário a 25 de Janeiro de 2009 às 20:37
Vai pó crlh Diana!!! lololol :)
drink a 25 de Janeiro de 2009 às 21:57
Fode-te sozinho Mário, larga-me!
Pankas a 23 de Janeiro de 2009 às 23:56
Não sei quem tem a ideia de que no estrangeiro se faz fortuna fácil... Mas quem pensa isso está completamente e redondamente enganado...
O meu pai esteve 1 ano em França, desse ano, estive mais a minha mãe com ele lá durante três meses... Tivemos que fugir, a guerra do golfo tinha rebentado... Os preços em frança estavam a subir estrondosamente... Senão fosse a guerra secalhar ainda lá estava... Mas não sei se estaria rica ou com uma fortuna mais ou menos considerável...
Mais tarde, passado mais ou menos 2 anos, o meu pai esteve 8 anos na Alemanha... Sabes qual foi a fortuna que ele trouxe???
Não me viu nem a mim nem ao meu irmao crescer... O meu irmao dizia que o pai dele era o meu tio, o irmao do meu pai, por serem muito parecidos. Não soube como foi maior parte da minha infancia, nem viu os primeiros passos do meu irmao, nem ouviu as primeiras palavras... etc etc... Trouxe um problema de saude com ele... Um ano antes de a obra terminar, caiu do 3 andar, porque um tubo de gas rebentou e ele ou saltava ou era queimado... Saltou e caiu mal... Meia duzia de costelas partidas, nariz e boca partida... Teve que fazer uma operação plástica na cara... Só na cara tem mais de 100 pontos, apenas no nariz estão à volta de 50 pontos... Esteve um mês sozinho no hospital sem saber falar inglês ou mesmo alemão decente... Puxava pelos cordéis... Enquanto esteve no hospital, o ordenado que deveria receber não recebeu... A empresa não queria tomar responsabilidades disso... E para ele continuar a trabalhar não se fez nada... E na altura não havia a burocracia como há hoje de papéis acerca de acidentes de trabalho e por ai fora... E mesmo enquanto estava em recuperação, a ter fisioterapia em Portugal, chefiava a obra na Alemanha, não me perguntes como ele conseguia... Mas conseguiu... Tinha fisioterapia ao fds e durante a semana ia para a Alemanha... O esforço que uma pessoa faz para não perder o trabalho, porque não era emprego, e ganhar o dinheiro...
Como já viste... Não foi facil e não é fácil para ninguém...
O meu pai perdeu a minha infância e perdeu os primeiros anos de vida do meu irmão...
Hoje sou super colada ao meu pai... Amo-o... Também amo a minha mãe... Mas ele mais, porque ela eu tive-a sempre e ele não... Sempre que ele se despedi-a de mim dizia-lhe: Não te esqueças de mim pai... E depois chorava... A minha mae bem tentava acalmar-me mas não conseguia... Depois era ela a chorar... E dizia para o meu gato que era para ele ir com o meu pai, para tomar conta dele...
E de te tar a contar isto, já tou com lágrima no canto do olho.... Não me vou estender muito mais senao desato a chorar...
Em relação ao dinheiro: não se conseguiu juntar quase dinheiro nenhum... não se ganhava fortuna nenhuma... Portanto... Não se faz fortuna em lado nenhum...
Mário, melhores dias virão... E enquanto estiveres a trabalhar agradece a quem tu quiseres... É óptimo... Há ai muitos que nem uma semana de trabalho têm... Não está nada fácil para ninguém...
És um homem cheio de coragem por trabalhares numa ETAR... Deve ser nojento e como o p-estrangeiro diz, penso eu, quem trabalhava ai é considerado como um herói...
E és um herói...
Se o meu namorado recebesse uma proposta para ir trabalhar para uma ETAR tnh a certeza que ele dizia logo que não...
Não deve ser nada fácil para ti...
Força nisso!!!
Não desperdices a oportunidade...
Esperamos que consigas algo na tua área...
A sério... Desejo mesmo isso...
É frustante não trabalharmos na área em que aplicámos estudos...
Eu vejo pelo Marco, ele tem estudos na área de energia solar e está a trabalhar na logistica do pingo doce... Tem mesmo tudo a ver...
Não te vou maçar mais...
Beijinhos...
FORÇA!!!
Mário a 25 de Janeiro de 2009 às 20:47
Wow Pankas. Grande comentário... E não me maçaste nada! Desabafaste... Toquei num assunto ao qual tens algo a dizer e disseste. Estou aqui para ler :)
Quanto ao facto de trabalhar numa ETAR, não sei se passei a mensagem correcta mas, estou contentíssimo por estar a trabalhar e aquilo não me impressiona assim tanto, nem tão pouco quero passar por coitadinho por ter estado nas obras, ou lidar com merda todos os dias. A construção naval também não é fácil e a minha educação não foi de nível superior. Ao fim ao cabo sou apenas um serralheiro com um nome mais pomposo no certificado.
A história que me contaste do teu pai é, de facto complexa e algo comovente. O meu também trabalha "cá" há muitos anos mas nunca tivemos esse tipo de relação. No entanto, consigo compreender esse género de sentimentos.
Um beijo grande Pankinhas.
E bom início de semana.
É um trabalho! Isso é o mais importante e provavelmente ainda é mais importante que um doutor ou advogado. Se não houvessem pessoas que trabalhassem nestes locais, até esses doutores e companhias andavam na merda. Não tenhas vergonha do trabalho que fazes. Quanto á riqueza? Isso é uma ideia que as pessoas que estão em Portugal têm dos emigrantes, que vêm pra fora para enriquecer. E tudo o que queremos é viver em condições, nada mais. Eu pra conseguir isso tive de me sujeitar ás condições, não trabalho em construção, mas faço demolições, onde também há lama, frio, neve, berros, trabalhos que não lembram a ninguém. Força Mário é aquilo que posso dizer.
Mário a 25 de Janeiro de 2009 às 20:56
Obrigado Aalvafaust! Não me importo nada de trabalhar lá, como já referi noutras respostas a comentários. Em Portugal, no estaleiro naval, trabalhava em condições bem piores e ganhava uma ninharia. Só que claro, estava no meu meio. Aqui só se justifica fazer certos trabalhos se formos substancialmente bem pagos (em relação aos ordenados portugueses) porque se isso não acontecer, mais vale voltar à santa terrinha com a trouxa. Daí o estado depressivo que entrei naqueles poucos dias que estive nas obras. Na ETAR ganho bem e não lido directamente com alheiras e afins porque faço trabalhos de manutenção e alteração de tudo o que tenha a ver com ferro, válvularia e tubagem. Estou portanto nas minhas sete quintas, junto da família.
Obrigado pela força. Desejo-te o dobro. E usa ceroulas de algodão eheh :P
Vir para o estrangeiro é de facto difícil, não é mesmo pêra doce. O que me surpreende é que, para um cidadão europeu, seja tão difícil tratar da papelada mesmo num país da UE.
Força nisso! E ainda bem que tá aí grande parte da família.
Mário a 25 de Janeiro de 2009 às 20:58
Deve andar por aqui um fantasma do Simplex. Agora nada se faz no balcão, é tudo via internet. E depois nada chega lá, e volto a reenviar, e depois aguardar 4 semanas, e depois mais duas, e bahhh.
Obrigado Hugo. Um abraço Ao tempo que não vou ao teu cantinho. Vou ver se tiro 5 minutos! Está tudo bem?
Fazer fortuna sendo emigrante, das duas uma, ou se tem um belo emprego com um valente ordenado, ou se passa necessidade,vive-se numa casa pequenissima, não se divertem, compram tudo do mais barato, tudo isto para poupar dinheiro.
Mas depois há o reverso da medalha, chegam a Portugal com belos carrões,comem do bom e do melhor, fazem grandes festarolas onde pagam tudo aos amigos e familia.Enfim, tenho pena destes.
Eu como emigrante que sou, penso da seguinte maneira, ganho o meu ordenado aqui, é aqui que o guardo, é aqui que o gasto.
Mário a 25 de Janeiro de 2009 às 21:03
E pensas muito bem. Se fizer poupanças serão para meu próprio benefício e não para mostrar a quem quer que seja...
Um beijinho para ti e outro para a menina :)
a minha internet tem-mepregado umas partidas e para ajudar o meu pc(que jádeveria estar na reciclagem) também nãoajuda nada e tenhoestado muito ausente, porem tinha lido este teu post e senti muita,muita vontade de te dizer algo e te dar uma grande abraçoainda que simbolico. Pertences a uma geração de rapazes a quem a vida foi facilitada(estou a falar de generalidades) e que , devido a regras diferentes é compelida a estudar até mais tarde(leia-se que :acho muito bem apenas não creio na obrigatoriedade de nada). Conheço tantos, tantos que nem procuram emprego, e quando surge, tudo tem defeito: ou o patrão é chato, ou o encarregado implica, ou o colega olha de lado e tudo serve para não ficarem nem um mês seguido no mesmo local. Claro que não se encontra o emprego ideal assim á primeira, e claro que quando se estudo ou tira um curso profissional se almeja trabalhar no que se gosta e de preferencia a ganhar o justo. Isto para te dar os parabens, porque tens vontade de trabalhar, porque fazes por isso e porqu sei que um dia trabalharas no que mais gostas. Porque não baixas os braços e ficas á espera das benesses dos pais e lutas por ti e para ti. Digo aos meus filhos constantemente que, façam o que fizerem na vida o façam com"brio", com empenho e com responsabilidade.
Olha e desculpa lá ser chata e croma. Mas gosto do que se depreende do teu caracter e daquiloque nos permites conhecer de ti.
Um xi apertado e nunca deixes de ser assim.
Flor.
Mário a 1 de Fevereiro de 2009 às 18:47
Obrigado Flor.
Os teus filhos vão ser, com toda a certeza pessoas empenhadas, a trabalhar mas, sobretudo a viver. Isto claro, se depender apenas da mãe que é das pessoas mais queridas que "conheço" no mundo dos blogs.
Nunca gostei de depender, não por orgulho ou por nariz empinado mas porque sempre gostei de decidir a minha própria vida. Por vezes, dependi, já depois de homenzinho... Teve de ser, a vida não está fácil e quando precisamos a ajuda é bem vinda. Mas nunca baixei os braços, ou pelo menos tenho tentado, para que um dia, possa ser eu a ajudar quem me for querido e precisar... Espero, claro, que esse dia nunca chegue. Seria sinal de que eu e os meus estaríamos bem. E o mesmo que desejo a quem me trata bem, desejo-te a ti.
Um beijo grande e tu, é que nunca poderás deixar de ser assim :)
Mário como te compreendo! Visto que tenho familiares a trabalhar fora, mais própriamente na Suiça, também sei e conheço que nem tudo são vantagens, que muitas vezes o melhor salário nem sempre é a melhor vida!
Muitos dizem que nem sabem como a maioria dos emigrantes conseguem fazer a vida que fazem quando cá vêm!Já tu mo disseste! E sei que muitos lá fora, "não comem para não cagar" e depois vêm com brutas bombas no verão e estouram o que pouparam durante o ano!Mentalidades tacanhas, é o que é!
Mas daqui vai um abraço de consolo e apreço!
Que tudo corra pelo melhor!
Mário a 1 de Fevereiro de 2009 às 18:50
Danku Silent :)
Desprezo o "emigrante do BMW", não porque o tem mas porque só o tem para que os outros o vejam. E o BMW é só um exemplo. (JOANA, COMPRA UM PARA A GENTE). lol
Um abraço, obrigado primo.
Que tudo te corra bem a ti tb. :)
Estás a fazer pela vida. Força com isso (e caga em quem atira postas de pescada podre ao ar)
Mário a 1 de Fevereiro de 2009 às 18:51
Obrigado Bruno.
Cago com certeza, só que, prefiro quando não há confronto directo. Essencialmente porque não gosto de me chatear. Daí, ter escrito o post, pode ser que a mensagem chegue ao destino mas, não me parece. O destino é um bocado burro lolol
Abraço.