De Volta ao meu novo Velho Mundo
Já passou. Estou de volta à minha casinha verde e amanhã regressa a rotina. Para trás deixei a “dona Rosa” e o Gonçalinho em lágrimas. Despedidas. Não deveriam existir. Contudo, as lágrimas limpam-se e a vida tem de continuar, da melhor forma possível, de acordo com as escolhas que fazemos. Quando me recordar destas férias, ao fim de 8 meses sem pisar terras lusas, lembrar-me-ei sempre com um sorriso. Com aquela sensação boa que só os reencontros nos proporcionam. Já não me vejo a viver ali, naquele pequeno paraíso ao qual nunca dei o devido valor. Agora consigo observar de fora, e orgulho-me das minhas raízes mas, os objectivos são outros e de facto, não passam por ali. Mostrei o máximo que pude à minha mais-que-tudo em tempo record: Setúbal, Arrábida, Sesimbra, Tróia, Alcácer do Sal, costa alentejana… Estivemos lá. Faltou Palmela, fica para a próxima. Meti a minha avó a cantar alentejanices em plena avenida Luísa Todi, levei-a ao concerto de Da Weasel, fui ao cinema com o meu irmão, ao Oceanário – pela primeira vez – com a minha mãe, e das 7 noites que lá passei, estive com os amigos em 3 delas. Pouco tempo, mas completo… Teria sido bom se as férias tivessem sido maiores mas com certeza que não teriam sido vividas tão intensamente. A Tróia, e perdoem-me os velhos do Restelo, comunistas e afins, está fantástica. A praia continua lá e as novas condições envolventes valem cada cêntimo do aumento da viagem de ferry. A cidade, ou pelo menos a baixa, tem outro aspecto. Já não cheira a desleixe mas, continua a emanar aquele agradável e típico odor a sardinhas assadas. Os amigos estão na mesma, como se querem e, o meu irmão está enorme! Agora para que este episódio das férias tenha um final feliz só me falta a minha Joana, que está em Ibiza com a mãe do meu sobrinho. Quinta-feira estarei em sua casa quando chegar do aeroporto. Estou ansioso. Saudade é a palavra que continua a dominar o meu dia-a-dia. Já me habituei a ela. Ainda nem tinha embarcado e já me estavam a dar aqueles arrepios na espinha pelos que lá deixei. E neste momento sinto os mesmos arrepios por ainda faltarem tantos dias para quinta-feira…