Quinta-feira, 30.10.08

De regresso ao ferro

Comecei a trabalhar na segunda-feira.

A fábrica chama-se Smit Ovens e constrói fornos industriais para produção vidreira, tecnológica e solar. Cada forno tem 45 metros de comprido, kms de cabos elétcricos, toneladas de lã de vidro para o isolamento térmico e muito, muito ferro. Mas, mesmo com todo o lixo que é produzido, o ambiente de trabalho é límpissimo. Se vos disser que o chão é branco, acreditam? Pois, assim o é porque toda a gente limpa tudo a toda a hora. E toda a gente organiza tudo a toda a hora. E toda a gente pensa demasiado no que vai fazer a toda a hora. Já trabalhar, está quieto.

Quando estou no meu ritmo calmo, as pessoas dizem que estou a acelerar e quando estou parado, dizem-me para ter calma. Não os percebo. E eles não percebem que os gajos do sul quando têm frio mexem-se. Ainda assim, integrei-me bastante bem. Faço equipa com um holandês de meia idade chamado Christian e, sinceramente, tive sorte porque, pelo que tenho estado a observar, é um dos gajos que mais percebe daquela merda, fala inglês correcto e explica-me tudo o que não sei. Até me ensinou a dar uns toques em soldadura a Argon (para os leigos, é das mais complicadas a seguir ao eletrodo), coisa que nunca tinha feito. Entretanto também me está a ensinar a falar holandês, e eu ensino-o português.

Agora quero é o fim-de-semana porque, estava parado há um mês e esta semana de arranque tem sido desgastante...

publicado por Mário às 19:55 | link | comentar | ver comentários (5) | partilhar
Domingo, 26.10.08

Até à próxima Anvers

Hoje piro-me definitivamente para Eindhoven. Começo a trabalhar amanhã pela fresquinha.

Destes dias que passei em Antuérpia levo na bagagem muitas boas recordações, uma nova amiga e um punhado de conhecidos. Também levo um andar arqueado de tanto pedalar e muita vontade de cá voltar.

 

Ontem, com a ajuda da Joana e suas partners, juntámos um grupinho de 12 tugas e invadimos o Park Avenue Karaoke (um bar de RnB onde já tínhamos estado no Sábado passado) e depois, acabámos no Hangar 26/27 (uma discoteca perto do canal). A noite foi porreira mas a caminhada que tive de fazer até à casa do meu primo com o frio que estava lixou-me todo. Ou então foram as cervejas. Não sei.

 

 

Joana, Ana e Linda no meeting point.

 

 

 

Camolas e Ana (num raro momento de harmonia).

 

 

 

Joana com um olhar daqueles (que disparam).

 

 

 

Fonha-se. Ca puta da fronha bonita.
 

Factos a reter:

A Joana bateu-me. O puto Diogo e a irmã são muito boa onda. A loira estava "tuoda" lixada. Enquanto estávamos na rua das montras a Joana disse que trabalhava "ali à frente". A Linda é a que tem mais pronúncia do "nuorte". O Camolas é a pessoa que melhor consegue andar para trás.

publicado por Mário às 17:04 | link | comentar | ver comentários (6) | partilhar
Sexta-feira, 24.10.08

O Gafanhoto Ciclista

Hoje fiz pelo menos 30 kms de bicicleta. Estou orgulhoso.

Da casa do meu pai ao centro de Antuérpia são cerca de 7 kms. Fiz ida e volta duas vezes. A primeira foi à tarde para ir beber café com a Jo e a segunda foi agora para tomar um copo com o meu primo. Com a agravante de que, agora quando vim do meu primo, perdi-me e andei 20 minutos em direcção a Deurne (e não, não foram dos copos que bebi porque bebemos duas colas). O mais engraçado é que, também ele quando veio ter comigo, andou perdido e eu gozei com o gajo. Deus mastiga.

publicado por Mário às 00:47 | link | comentar | ver comentários (3) | partilhar

...

No último post fui mal interpretado. Não na caixa de comentários mas via SMS. Como não tenho saldo no telemóvel e só o poderei carregar quando chegar à Holanda, responderei por aqui:

 

Eu referi que "não se tratam de subtituições mas, de adições que colmatam o sentimento de perda".
Ou seja, não substituo o meu irmão pela enteada do meu pai, nem a minha familia por qualquer outra que me "adopte" nem tão pouco os velhos amigos pelos novos que tenho feito. Simplesmente uso estas novas experiências para me desligar um pouco do que deixei aí em baixo. Sendo que este "desligar" não significa esquecer mas, e apenas, não entrar em depressões saudosistas.

 

Sinto saudades mas não são avassaladoras, o que não quer dizer que daqui a umas semanas não as sinta dessa forma.
Devido às circunstâncias da minha vida (e da dos outros) nos últimos tempos, habituei-me a estar longe da minha mãe e do meu irmão (quando eles viveram nas Caldas cheguei a estar mês e meio sem os ver) do meu pai, dos meus tios e primos e inclusive, em tempo de aulas cheguei a passar semanas a fio privado dos meus amigos.

 

"Quando a aventura se transformar em rotina, talvez me canse disto. Até lá falamos."

Recebi um SMS quando aqui cheguei que falava sobre a sensação de novidade superar a ansiedade do desconhecido. É isso mesmo que tenho tentado fazer, para que esta experiência não se torne num duro fardo a carregar nem numa obrigação.

Sei que se perder demasiado tempo a pensar no que deixei para trás, as coisas começarão a correr mal...

publicado por Mário às 00:14 | link | comentar | ver comentários (9) | partilhar
Quinta-feira, 23.10.08

...

Antes de vir para os países baixos, a questão das saudades dos que ficaram em Portugal era o meu maior problema. Passava horas a pensar nisso, em como seria inconcebível viver sem determinadas pessoas, sem aquelas peças chave que me faziam engrenar na direcção correcta quando começava a desalinhar. A verdade é que sempre fui um apoio para alguns, mas sorrateiramente também me apoiava noutros.

 

Além de estar aqui há pouco tempo, já me apercebi que existem coisas que podemos fazer para ultrapassar a falta de outras. Se sentir falta da família, integro-me noutra; se sinto a falta do meu irmão, dou atenção à Shania; se sinto a falta dos amigos, arranjo novos. Não se tratam de subtituições mas, de adições que colmatam o sentimento de perda.

 

Agora e, por muito frio que possa parecer, ainda não tive saudades avassaladoras de nada do que deixei. Talvez porque não gostava da vida que levava em Portugal, talvez porque queria mudar. Quando a aventura se transformar em rotina, talvez me canse disto. Até lá falamos.

 

Quem disse que só as gajas eram complicadas?

publicado por Mário às 20:44 | link | comentar | partilhar

Noite ao acaso

Fui ao bowling. Conheci uma prostituta de vitrine. Fumei erva.

Acabei na casa de uma espanhola a ver o Don't Mess With the Zohan.

publicado por Mário às 03:09 | link | comentar | ver comentários (18) | partilhar
Quarta-feira, 22.10.08

Para recordar

Nos dias mais parados (como o de hoje), e até porque entretanto mudei de blog e a maior parte da "clientela" é nova, tenciono republicar algumas parvoíces antigas.

Desta feita, aqui ficam os meus 3 vídeos em stopmotion, feitos numa altura em que a diarreia mental fluía, fluía, fluía...

 

O primeiro teste:

 

 

 

O segundo:

 

 

 

E o derradeiro:

 

publicado por Mário às 17:48 | link | comentar | ver comentários (9) | partilhar
Terça-feira, 21.10.08

Por aqui faz frio. Hoje já enfiei o cachecol.

Depois de dois dias seguidos a atravessar fronteiras políticas (mesmo que inexistentes), hoje o dia foi mais tranquilo. Acordei tarde, petisquei umas cenas, fui passear até ao centro com o meu pai e encontrei-me com a Jo para bebermos café. A miuda é mesmo 5 estrelas e fez um desviozorro para me deixar em casa (obrigado "xabala"!).

Amanhã de manhã, se o tempo ajudar, vou pegar na Gertrudes e pedalar até Linkeroever. Se o tempo não ajudar, pego numa chávena de chá e pedalo até à manta mais próxima.

Beijos e abraços ao pessoal de Setúbal.

 

PS: André, hoje tentei ligar-te gaiato. Como vai a escola?

       Beatriz, o mesmo lhe pergunto a si, como vão as suas aulas? E a edição do livro?

       Joana, estou à espera de mails! Tens aturado muitos japónicos?

publicado por Mário às 20:21 | link | comentar | ver comentários (16) | partilhar
Segunda-feira, 20.10.08

Mais uma semana em Antuérpia

Ontem fiz 80 kms para Eindhoven, hoje voltei a fazer outros tantos para Antuérpia. Pois, só começo a trabalhar na segunda-feira que vem mas, já tenho o contrato assinado e uma cópia comigo. Pessoal tuga, não stressem, o Mário veio mesmo para ficar.

publicado por Mário às 21:06 | link | comentar | ver comentários (4) | partilhar
Domingo, 19.10.08

La noitada

"Então hoje estivemos a menos de 100 metros de distância... É o destino Jo. Mesmo que não tenhamos tempo para combinar nada, havemos de nos esbarrar na rua."

 

Isto foi a resposta que dei ontem a um comentário da Jo (em que me dizia que trabalhava perto do sítio onde andei a passear). Então não é que à noite, à porta de um café português, enquanto me preparava para sacar de um cigarro, oiço uma vózinha com pronúncia do "nuorte" a perguntar: "Márioooo?". Uma agradável surpresa porque assim que começámos a falar parecia que já nos conhecíamos há imensos anos... E ainda por cima, as manas e as amigas também eram muito boa onda.

3 horas depois...

 

Num bar manhoso com música manhosa a dançarmos que nem uns manhosos. Elas sem aguentarem os pés por causa dos saltos, eu sem aguentar a cabeça por causa da Jupiler. E o meu primo sem aguentar os neurónios por causa da Haze.

 

Já trocámos números e havemos de nos encontrar mais vezes, até porque elas têm amigos a poucos kms de Eindhoven...

 


Da esquerda para a direita: Ana Catarina1, Ups (I was too drunk...), Ana Catarina2 e Jo(ana).

Lá atrás, a servir de papel de parede temos o Mário, cujo abraço deu para 4 e ainda sobrou meio metro de braço.

 

Curti esta noite miuda! Beijinhos...

publicado por Mário às 16:17 | link | comentar | ver comentários (12) | partilhar

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