Sexta-feira, 11.05.07

Que estranha forma de vida...

Apresento-vos Rui Teixeira.

Um rapaz de 24 anos, cujo seu mundo começa no Seixal e acaba no Fogueteiro. Tudo o que ficar para além disso é semelhante ao penhasco onde a garrafa de Coca-Cola foi arremessada n'Os Deuses Devem Estar Loucos...

  • Teixeira, há cerca de 6 meses, foi pela primeira vez a uma casa de Strip Tease, e deixou lá mais de 200 euros. Quando saiu, voltou atrás, para se despedir da dançarina, que, segundo ele, queria namorar consigo.
  • Teixeira, que tem uma voz meio nasal, meio rabo apertado (estilo Kermit the Frog), diz que a "educação de 12º ano" só serve para tornar um jovem promissor num inútil com medo do trabalho.
  • Teixeira tem o 9º ano, tirado à noite, em regime de módulos, e, chumbou 4 vezes no exame de código de condução.
  • Teixeira confidenciou-me há poucos dias, que tinha estado numa escola agrícola. Achei interessante, e perguntei-lhe quanto tempo tinha lá estado. Respondeu-me que só ficou até acabar de instalar a canalização.
  • Teixeira contou-me que, quando visitou o irmão que vive longe de si, perdeu-se. Questionei-lhe então, como tinha voltado para casa, ao que ele retorquiu: " A pé...".
  • Teixeira disse-me que a sua primeira experiência sexual foi com uma rapariga que não conhecia. Ela perguntou-lhe se ele queria fazer sexo consigo. Teixeira concordou, e, dirigiram-se a uma caixa multibanco. Perguntei-lhe se ela era uma prostituta. Ele respondeu-me que não, mas que, iria parecer mal não lhe pagar.
  • Teixeira tem tanta falta de vista que pediu um Cornetto de nata, à senhora dos gelados, e só se apercebeu que era de morango, quando o saboreou.

Tudo isto é real. Difícil de acreditar, reconheço, mas real.
Imaginem agora, como me divirto a trabalhar...

 

publicado por Mário às 18:58 | link | comentar | partilhar
Domingo, 06.05.07

Tabaco, Laca e Revólveres

Hoje, enquanto bebia o café e lia o jornal mais másculo que se pode ler num domingo de manhã (o Record), apeteceu-me acender um cigarro. Tirei-o do maço e procurei pelo isqueiro no bolso. Entre moedas, chaves, telemóvel e pastilhas amarrotadas em decomposição, lá estava o meu BIC de taberneiro. Quando me preparo para acendê-lo, observo o espaço circundante, para me certificar que não havia ali nenhum recém-nascido ou um senhor com uma botija de oxigénio. É que, tenho uma tendência do caraças, para ser inconveniente...

Em vez de um bebé, ou de um velho a arfar, deparo-me com uma meia dúzia de senhoras de meia-idade, com penteados iguais, em que a laca, supera em muito a densidade capilar, a fitarem-me com olhos de marreta. A esbugalharem-se pelas costuras.
Senti-me mal, e deixei-me ficar com o cigarro na boca ainda por acender, saí e sentei-me na esplanada. Verdade seja dita que, a cafetaria/pastelaria/cervejaria/charcutaria e afins, devia ser mais pequena que o meu quarto, e o cheiro e fumo do tabaco, iriam com certeza incomodar aquelas senhoras. Mas, a fragrância a produtos da Garnier, e a perfumes doces e enjoativos, já se me tinha entrado pela nasalaria dentro, e também me incomodavam. Não posso é pedir às pessoas que aceitem a sua condição de múmias, e que deixem de se encher de Aerosóis. Mas elas podem olhar para mim com ar de reprimenda, fazendo-me sentir, um larilas em amena cavaqueira sexual, num local público. E por agora, ainda se pode lá fumar. Imagino que, quando não se puder, aqueles fósseis nem olharão. Pegam num revolver e despacham-me à napolitana...

publicado por Mário às 12:53 | link | comentar | partilhar
Sábado, 05.05.07

O Mundo à minha volta

Sempre fui fascinado pela grandeza das coisas.

Lembro-me de ler uma versão para crianças d'A Volta ao Mundo em 80 Dias, e pensar que um dia, seria fantástico poder realizar tal feito. 


 
Por ironia, aos 19 anos e sem que nada apontasse para tal, abracei um curso na área da mecânica naval, e hoje, estou num estaleiro de reparações de embarcações de grande porte. 
Na Lisnave, não sou eu quem percorre o mundo, mas é este que chega até mim, através de monstros metálicos, capazes de fazer corar o Capitão Nemo
Lido diariamente com indivíduos de vários pontos do globo... Se agora sentir o cheiro do caril proveniente da cantina, amanhã já será guacamole. E tudo isto é fascinante. As cores, os sabores, os cheiros, fazem de mim um privilegiado.
No seio daquela classe operária quase analfabeta, perceber inglês permite-me que seja um tradutor/interlocutor recorrente, e isso implica que, de vez em quando, receba algum feedback acerca da vida de muitos daqueles marujos, que se sacrificam para ganhar uns míseros trocados.
Há uns meses atrás, um tripulante hondureño do petroleiro Castillo, pediu-me que telefonasse para marcar um encontro com uma prostituta de nacionalidade brasileira, que tinha visto nos classificados de um jornal. Noutra situação, teria negado prontamente, mas, a forma como me pediu, foi tocante. Mais tarde, contei a todos os meus amigos, e foi motivo de gozo, mas naquele momento, tal pedido soou a desespero provocado por meses a fio a marear.
Outra situação que achei curiosa, foi a de um filipino, que ao olhar para o meu cabelo (longo), perguntou se gostava de Scorpions. Nos dias que correm, com este cabelo, no máximo, perguntar-me-iam se sou fã de rock pesado, metal, o que queiram, mas aquele ser, com pouco mais de metro e meio, sorriso cativante, e voz esganiçada, mostrou claramente que certas sociedades, vivem presas nos anos 80 (pode não ser bem assim, mas é giro pensar que sim).
Os mais austeros, como seria de esperar, são os nórdicos. Sempre muito distantes e empenhados no seu trabalho, mas também, bastante prestáveis quando são necessários. As caras de esfinge, só se desfazem, quando andam de câmera fotográfica em punho, a registar a beleza paisagística. Terra sem fiordes!!! Presumo que seja reconfortante...
Por fim, temos os portugueses, os chicos-espertos. Com atitude provinciana, barrigudos, de bigode. Mas desses, já eu estou farto.
publicado por Mário às 18:57 | link | comentar | partilhar
Sexta-feira, 04.05.07

Quem sou eu?

 

 

Chamo-me Mário Lopes, sou natural de Setúbal e nasci num solarengo dia 12 de Agosto (em 1986). Nunca frequentei infantários porque era demasiado agarrado às saias da mãe. Aos 6 anos fui viver com os avós paternos, onde fiquei até acabar o ensino primário. Cresci com dois primos praticamente da mesma idade e, ao contrário destes, era capaz de me entreter dias inteiros com tropas verdes de plástico. Ao entrar na adolescência deixei de ser o rapazinho modelo e tornei-me num puto com a mania da rebeldia. Reneguei Cristo e choquei toda a família. Afirmei-me pela insistência e ganhei respeito por preferir a via racional, mesmo que muitas vezes soasse a falso.

De aluno brilhante a aluno desinteressado foi um passo. A aluno que não ia à escola foi outro. Mesmo assim aguentei-me até ao 12º mas, apercebi-me que a vida universitária não era para mim. Tirei um curso (de mecânica naval) na empresa onde hoje exerço. Vivo num apartamento em regime de partilha e, orgulho-me de não pedir nada a ninguém.

Fui - desde cedo - adepto do movimento grunge, mas de forma faseada tornei-me num amante de Delta/Mississipi Blues, Classic Jazz, Funk e Soul.

Em termos cinematográficos, sou fã do(s) Padrinho(s) de F. F. Coppola (e Mario Puzzo), d'O Pianista de R. Polanski e d'A Lista de Schindler de S. Spielberg.

O Processo e a Metamorfose de F. Kafka são as duas obras que já li mais vezes, mas para me descontrair gosto da literatura infanto-juvenil de Isabel Allende.

Tenho sido um nómada na blogosfera desde 2003. Antes disso mantive uma rádio via web-streaming e em parceria com um amigo, criei um website (já extinto) onde recontámos a história de formação do universo (pretensioso, eu sei).

publicado por Mário às 01:40 | link | comentar | partilhar

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